Um caso de suposto abuso sexual envolvendo um padre da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, no bairro Guarujá, em Lages, está sendo investigado pelas autoridades e causou forte comoção na comunidade cristã local. A denúncia foi inicialmente divulgada pela Rádio Clube de Lages e também chegou à redação do portal Do Momento, procurado pela família da vítima.
Segundo o relato da mãe do menino de 13 anos, o sacerdote — que era próximo da família e inclusive havia batizado o garoto e outros parentes — pediu que o adolescente o ajudasse em uma mudança na igreja. Por confiar no padre, a família autorizou. Durante o tempo em que esteve fora, o menino manteve contato com a mãe por mensagens, mas só retornou para casa por volta das 22h. A princípio, nada levantou suspeitas.
No entanto, no dia seguinte, o garoto desabafou com a irmã e contou sobre um possível abuso. A irmã imediatamente informou à mãe, que acionou a Polícia Militar. Um Boletim de Ocorrência foi registrado e o Conselho Tutelar foi acionado. Acompanhado por conselheiros, o menino passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Para tentar obter provas, o garoto voltou a trocar mensagens com o padre, que teria solicitado que os conteúdos fossem apagados, o que aumentou ainda mais a preocupação da família. As mensagens foram registradas em capturas de tela (prints) e entregues à polícia, ao Conselho Tutelar e seguem sob análise.
Diante do ocorrido, a família solicitou uma medida protetiva contra o padre, alegando que ele teria retornado à residência para buscar novamente o menino, com o pretexto de mais atividades. O pedido, contudo, foi negado pela juíza responsável, sob a alegação de que não há vínculo familiar direto entre os envolvidos.
Diocese se manifesta
Em nota oficial assinada pelo Bispo Diocesano Dom Guilherme Werlang e pelo Vigário Judicial Pe. David Bruno Goedert, a Diocese de Lages reconheceu que recebeu recentemente informações sobre as acusações e comunicou o afastamento temporário do sacerdote de suas funções ministeriais, como medida cautelar.
A Diocese afirmou que o caso será apurado com rigor, respeitando tanto a legislação civil quanto o Direito Canônico, e ressaltou que a medida não representa um juízo de culpa. “Visa garantir, acima de tudo, a proteção de eventuais vítimas, bem como o direito à boa fama, à presunção de inocência e à ampla defesa do sacerdote acusado”, destacou o comunicado.
A Igreja também afirmou que prestará apoio à vítima e seus familiares e que, se comprovadas as acusações, buscará formas de reparação moral e material, além do suporte psicológico e espiritual.
A Diocese finaliza a nota pedindo orações da comunidade e reforçando o compromisso com a verdade, a justiça e a proteção dos mais vulneráveis.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil e acompanhamento do Conselho Tutelar.